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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Salmão para as artérias, soja para os hormônios, tomate contra o câncer. E, de quebra, a dieta de emagrecimento que é a última moda em Hollywood. Haja senso crítico para filtrar as recomendações alimentares divulgadas a todo momento como solução para todos - algo como o éden ao alcance da mão. Vamos aos fatos: é verdade que alguns nutrientes têm a capacidade de proteger o organismo contra doenças. Mas ninguém sabe ao certo por quais mecanismos essa brigada do bem atua nas células. Ou quanto é preciso consumir de cada alimento para conquistar o efeito terapêutico apregoado. Ou, ainda, por que alguns regimes funcionam muito bem em alguns indivíduos e são um fiasco para outros.



As dúvidas em relação aos alimentos são tantas que deram origem a uma nova área da Ciência: a nutrigenômica, que estuda as interações entre nutrientes e genes humanos. Os cientistas têm pela frente um trabalho semelhante ao da área farmacêutica, que investiga como os medicamentos agem de forma diferente de acordo com o perfil genético dos pacientes. É por isso que alguns remédios beneficiam uma parcela dos indivíduos e não fazem efeito em outros. Isso quando não produzem uma reação adversa fatal.


Assim como acontece com os comprimidos, cada organismo relaciona-se de um jeito próprio com os nutrientes. A era das diretrizes válidas para todo mundo caminha para o fim. ''No futuro, teremos recomendações para diversos subgrupos populacionais com base na constituição genética de cada um'' disse Jose M. Ordovas, diretor do Laboratório de Nutrição e Genômica da Tufts University, em Boston, nos Estados Unidos. Ordovas é um dos principais líderes desse novo ramo, que também ganhou impulso com a recente criação da Organização Européia de Nutrigenômica, uma rede de 14 institutos de pesquisa.


Esses esforços mostram que a personalização das dietas é o segredo para quem pretende preservar a saúde ou perder peso sem amargar o eterno efeito sanfona. É possível que, nos próximos anos, os médicos possam solicitar testes genéticos para checar a existência de mutações que favorecem o aparecimento de determinadas doenças. E, com isso, traçar estratégias alimentares capazes de neutralizar a ação nefasta dos genes. Algumas pessoas serão aconselhadas a comer mais brócolis, outras a não passar perto de gordura, e assim por diante.
O objetivo da nutrigenômica não é jogar por terra tudo o que o público já aprendeu sobre as propriedades dos alimentos. As diretrizes básicas da alimentação saudável, elaboradas por comitês especializados, ainda são uma ferramenta indispensável para ensinar noções de equilíbrio à mesa. O que os cientistas pretendem é refinar as investigações sobre as trocas bioquímicas entre os nutrientes e o organismo. O equivalente a mergulhar com lupa na estrutura molecular dos alimentos e ver como eles interagem no corpo"



fonte: site da revista época

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