Pesquisar este blog

Que assunto te interessa mais?

Seguidores

terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Por meio de algumas poucas injeções, um número crescente de brasileiros aderiu à última arma para combater as gordurinhas localizadas que teimam em aparecer até nos corpos mais esbeltos. O milagre tem nome: fosfatidilcolina, uma enzima com o poder de quebrar as células de gordura. Ficou conhecida como Lipostabil, nome comercial do produto fabricado na Itália. Funcionar, funciona, conforme atestam os pacientes que lotam consultórios de dermatologistas e clínicas de beleza. 'Não é mais um modismo que dá resultado ilusório em meia dúzia de pessoas', garante a dermatologista Lígia Kogos, dona da clínica que leva seu nome, na capital paulista. 'Virou um dos tratamentos mais requisitados porque realmente derrete as gorduras.' O apelo da substância é forte: propõe-se a substituir, com uma coleção de picadas, o efeito de meses de malhação na academia de ginástica e temporadas de privação dos prazeres da mesa.



Não é de hoje que se conhecem os efeitos da fosfatidilcolina sobre as células adiposas. O Lipostabil foi inventado como remédio para quem sofre de problemas cardiovasculares. Como medicamento, ele age dissolvendo placas de gordura nos vasos sanguíneos. Na Itália, na Alemanha e em outros países, é utilizado para prevenir infarto. No campo estético, a dermatologista paulista Patrícia Rittes foi uma das precursoras no Brasil. Em meados dos anos 90, começou usando-o nas bolsas de gordura localizadas embaixo dos olhos. 'Deu tão certo que, a pedido de algumas clientes, resolvi experimentar em outras áreas do corpo', diz Patrícia. Em todo o mundo, vários médicos vinham fazendo as mesmas pesquisas. 'As células de gordura acabam sendo eliminadas pela urina', explica. Em geral, são necessárias quatro injeções de 5 mililitros em cada região desejada. 'Não pode ser encarado como um substituto para a lipoaspiração, tampouco se destina a pessoas obesas, mas em pequenas áreas parece funcionar', comenta a dermatologista Dóris Hexel, do departamento de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia.



Há quem compare a febre do Lipostabil ao fenômeno Botox. Assim como a toxina botulínica apaga rugas, a fosfatidilcolina garante beleza imediata ao custo de algumas picadas. É um remédio que, como o Botox, teve o uso cosmético descoberto por acaso. Mas a nova droga leva algumas vantagens. Como a fosfatidilcolina é extraída da lecitina de soja e também está presente no organismo, não há riscos de incompatibilidade. As células gordurosas são eliminadas, enquanto os efeitos do Botox são passageiros.



Ambos viraram moda antes mesmo de receber o aval do rigoroso FDA, órgão que regula o comércio de medicamentos nos Estados Unidos.



O Lipostabil pode ser usado no abdome, nos pneuzinhos da barriga e das costas, naquele papo do pescoço, no culote, enfim, onde tiver gordura sobrando. Sua aplicação é simples, pedindo apenas o uso de uma pomada anestésica no local, antes da injeção. O procedimento, rápido, gera uma sensação de desconforto. 'Dói um pouco na hora, fica um hematoma por alguns dias, coça, mas, depois de uma semana, vêem-se os resultados', diz a fonoaudióloga Patrícia Varnauskas, de 30 anos, que fez três sessões no ano passado e perdeu vários centímetros de gordura. 'Queria fazer uma lipo, mas tinha medo porque é uma cirurgia que muitas vezes acaba mal.' Já a consultora de vendas Márcia Antunes, de 26 anos, admite ter partido para o Lipostabil por preguiça. 'Odeio dieta e sempre arranjo uma desculpa para não ir à academia. Nunca imaginei que resolveria meu problema sem fazer esforço', conta ela, em sua quinta aplicação.




O tratamento só se tornou popular neste ano. Antes disso, era preciso importar o produto da Itália. 'Quando laboratórios brasileiros conseguiram o aval do Ministério da Saúde para fazer o produto aqui, o preço caiu pela metade e a febre começou', conta Suely Parise, dermatologista da Clínica Plenitá. Cada aplicação com o produto nacional sai por R$ 100. Mesmo com a liberação do ministério, alguns médicos ainda têm receios. 'Existem poucos estudos sobre seus efeitos, a dose correta e o processo de eliminação', diz a dermatologista Dóris Hexel. Às vésperas do verão, muita gente está deixando as dúvidas de lado e emagrecendo na seringa.



fonte:site da revista época

0 comentários:

Postar um comentário